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Chapter 24 - Capítulo 23: Ecos Ancestrais e a Busca pela Essência de Ignis

A ameaça de Ignis pairava como uma nuvem de cinzas e magma sobre o mundo, seus elementais causando destruição generalizada enquanto o panteão divino debatia sua verdadeira natureza e o melhor curso de ação. Em meio ao caos crescente e à devastação, uma busca desesperada pela verdade sobre o antigo poder elemental se iniciava, revelando conexões inesperadas e tensões crescentes entre os próprios deuses.

A Busca Divina e a Divisão de Opiniões: A Verdade Vaga de Ignis

Zestial, com a ajuda e a profunda intuição elemental de Luna, mergulhou nas memórias primordiais mais profundas do planeta, acessando os ecos da própria formação do mundo. Através de visões fragmentadas e ecos de energias antigas, eles começaram a vislumbrar a história de Ignis. A verdade era mais complexa do que se imaginava: Ignis não era um demônio no sentido tradicional de malícia, mas sim uma força elemental fundamental que existia antes mesmo da formação do panteão atual. Ignis era uma manifestação bruta e caótica do fogo primordial e da terra vulcânica, um poder que moldou o planeta em seus primórdios, criando montanhas e vales. No entanto, em algum ponto de um passado esquecido, ele acabou sendo aprisionado nas entranhas do mundo por razões que permaneciam obscuras, talvez por conflitos com divindades mais jovens ou por seu próprio poder descontrolado.

A revelação da possível divindade ancestral de Ignis, um ser que antecedia a muitos no concílio, dividiu o panteão em opiniões conflitantes:

Lifery (Deus/Deusa da Vida) e Adara (Deusa da Esperança) inclinavam-se para a cautela e a empatia, acreditando que um ser de tal magnitude e antiguidade merecia ser compreendido e talvez libertado, antes de ser sumariamente destruído. Eles viam o potencial de renovação mesmo no fogo.

Raven (Deus da Ira) e Ofídio (Deus da Ganância), com sua natureza mais impulsiva e egocêntrica, viam Ignis como uma ameaça direta ao seu próprio poder e aos seus domínios, defendendo sua subjugação ou destruição imediata para evitar a competição.

Nibus/Hela (Deus/Deusa da Morte) permanecia friamente indiferente, vendo o ciclo de criação e destruição como uma constante inalterável, apenas mais um desdobramento da dança eterna.

Aevum (Deus/Deusa do Infinito) ponderava sobre as complexas implicações de despertar um poder tão antigo no fluxo do tempo e na tapeçaria da realidade, ciente das ramificações imprevisíveis.

A Escalada dos Conflitos e a União de Forças: Mortais e Deuses em Batalha

Enquanto o debate divino continuava no plano celestial, os elementais de Ignis na superfície do mundo se tornavam mais poderosos, numerosos e coordenados. Liderados por entidades maiores de pura lava incandescente e rocha viva, eles atacavam assentamentos humanos, destruindo vilarejos e perturbando o habitat dos Pokémon, causando migrações em massa e conflitos territoriais.

As Vilas Ocultas, sob a liderança dos Kages (Hokage, Raikage, Kazekage, Mizukage e Tsuchikage), formaram alianças temporárias e pragmáticas para enfrentar a ameaça elemental que transcendia as fronteiras. Ninjas de diferentes especialidades e clãs combinavam suas técnicas com a força bruta e as habilidades elementais dos Pokémon, lutando ombro a ombro para conter a onda de destruição. Os Lanternas Primais, agora mais proficientes e coordenados sob a tutela divina, eram peças chave nessa batalha desesperada. Naruto, com seus construtos verdes vibrantes e a determinação inabalável de proteger seus amigos e o mundo, liderava a linha de frente em muitos confrontos, usando o poder de seu anel para criar barreiras e atacar os elementais. Ash, com a cura radiante do Anel Branco e a ajuda incansável de seus Pokémon (especialmente Pikachu), oferecia suporte vital aos feridos, restaurando a energia e a esperança de ninjas e Pokémon exaustos.

O Elo Inesperado: Naruto e o Legado Ancestral

Em meio a um confronto particularmente intenso com um elemental de lava colossal, que devastava uma floresta, Naruto sentiu uma estranha e profunda ressonância com a criatura. Não era a fúria cega de Raven que ele havia sentido no Lanterna Vermelho, nem a esperança suave de Adara que ele via em Ash, mas algo mais profundo, mais antigo e instintivo, ligado à própria terra. Em sua mente, vislumbres de um passado distante surgiram: uma figura envolta em chamas dançando com a terra, um ser de poder elemental bruto e imponente, mas não inerentemente maligno, apenas desequilibrado.

Essa conexão inesperada e avassaladora surpreendeu até mesmo Kurama, a Kyuubi, que sentiu um eco distante de energias primordiais que ele mal podia compreender, um poder anterior até mesmo aos Nove Bijuus. Zestial, observando de seu palácio, percebeu um fio tênue e esquecido ligando Naruto a Ignis, uma linhagem ancestral oculta, onde o chakra se misturava de forma única com a energia elemental bruta da própria terra, concedendo a Naruto uma sensibilidade especial à essência de Ignis, uma espécie de dom inato.

A Tentativa de Comunicação: Uma Ponte entre Mundos

Impulsionado por essa conexão instintiva e pelo desejo inabalável de Naruto de entender, e não apenas destruir, ele tomou uma decisão audaciosa: tentar se comunicar com Ignis. Ignorando os avisos alarmados de seus companheiros, que viam sua aproximação como uma loucura suicida, ele se aproximou do epicentro da energia caótica, o local onde a presença de Ignis era mais forte e a terra pulsava com fúria. Concentrando toda a sua força de vontade através do Anel Verde, ele projetou seus pensamentos, não com palavras convencionais, mas com a sensação pura de sua própria conexão com a terra e um desejo sincero de entender a dor e a raiva que emanavam de Ignis.

Luna, sentindo a tentativa ousada e a pureza de intenções de Naruto, amplificou sua projeção com sua própria energia elemental lunar, agindo como uma poderosa ponte de comunicação entre o jovem ninja e a consciência ancestral adormecida, mas furiosa, de Ignis. O mundo prendia a respiração, observando o céu manchado de cinzas, aguardando a resposta do Primeiro Demônio Elemental ou do antigo Deus Elemental esquecido. A chave para resolver o conflito, ou talvez para escalá-lo ainda mais, poderia estar não na força bruta da batalha, mas na compreensão de um passado há muito perdido e em um elo ancestral inesperado.

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